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segunda-feira, 21 de abril de 2014

CW7, banda vencedora do VMB, participa do "Superstar", da Globo

por Bryan Ferreira

O conjunto CW7 participou do "Superstar", programa de competição entre bandas, deste domingo, na Globo. O jurado Dinho Ouro Preto fez bem em lembrar que a banda já é conhecida, já lançou álbum, já  tocou em rádio, e já participou de programas de TV, apesar de não ter sido aprovada pelo público e pelo júri no programa.

Dinho Ouro Preto também apontou que o problema da banda na apresentação pode ter sido a escolha da música, uma cover de "You Oughta Know", da Alanis Morissette. "Eu conheço o trabalho autoral de vocês, e sei que vocês são muito melhores do que apresentaram aqui hoje", destacou com propriedade (confira o vídeo da apresentação aqui).

Um pouco depois, Ivete Sangalo comentou com seu usual bom humor: "Disseram que a gente era jurado, mas a gente é jurado de morte". A declaração foi uma possível referência à dificuldade para julgar e dizer "não" para as bandas (eventualmente bandas "famosas"), e às críticas recebidas pelo trio de jurados na última semana

Para quem não conhece, os paranaenses do CW7 já foram, inclusive, premiados na edição de 2011 do VMB, premiação da extinta MTV Brasil, na categoria "Hit do Ano", com a música "Me Acorde Pra Vida". O grupo também já recebeu indicações ao "Prêmio Top Music Brasil".

Outra banda de rock famosa entre o público jovem que também já participou do "Superstar", mais exatamente no primeiro dia do programa, foi o Fake Number. O grupo, inclusive, era frequentemente visto nos primeiros lugares do "Top 10", da MTV Brasil, parada diária de clipes mais votados pelo público. Mas a sorte no "Superstar" não parece estar do lado das bandas que já tem uma determinada fama, porque a cortina também não subiu para o Fake Number. 

O fato de bandas como o CW7 e o Fake Number sentirem necessidade de se inscrever e participar desse programa na Globo escancara a falta de espaço na mídia como um todo que se abre e se dedica atualmente ao rock nacional. Mais do que isso, também demonstra a falta que a extinta MTV Brasil, do Grupo Abril, faz no cenário musical. E digo isso obviamente sem querer desmerecer, de forma alguma, o programa da Globo. Mas quando bandas que já conquistaram um certo sucesso, um certo público, que venceram prêmios importantes, e que vinham trilhando um caminho de ascensão, precisam "regredir" ao ponto de participarem de um "show de calouros", se expondo a um julgamento e ao risco de serem reprovados -- quando, na verdade, essas bandas já deveriam estar se apresentando em outros programas da Globo, onde artistas como Ivete Sangalo, Fábio Jr. e Dinho Ouro Preto se apresentam --, só podemos concluir que há algo de muito errado e estranho com o mercado musical brasileiro. E dentro de um cenário tão estranho e injusto como esse, só resta a essas (e outras) bandas agradecerem por ainda existir um programa como o "Superstar", que abre tanto espaço para os novos talentos (e outros talentos nem tão novos assim) do rock nacional.
 
Bryan Ferreira é jornalista, auditor musical e administrador do Top Music Brasil.

Confira os clipes de "Me Acorde Pra Vida" e "Por Horas E Horas", do CW7.

Confira o vídeo da participação do CW7 no "Superstar" aqui.

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RADAR TMB (07/04/2014): "Superstar", da Globo, estreia com "superfail"

segunda-feira, 7 de abril de 2014

RADAR TMB (07/04/2014): "Superstar", da Globo, estreia com "superfail"

Se conseguir...
por Bryan Ferreira

O programa até que foi bom, as bandas até que eram boas, mas só teve um problema: o aplicativo para celulares e tablets do "Superstar" não funcionou e grande parte do público não conseguiu votar. Um detalhe mínimo, não é?

As falhas viraram assunto e piada nas redes sociais. "O Ipea fez o aplicativo da Globo?", questionou um usuário do Twitter. "Meu app não funciona nem com reza", reclamou Hugo Gloss, uma celebridade da internet. "Essa é a estreia mais fail da história da Globo", declarou outro internauta.

A certa altura, o novo programa, dirigido pelo mesmo diretor do "Big Brother Brasil", parecia que ia chegar ao fim com apenas uma banda classificada. Foi quando já no meio para o final da atração, as últimas bandas milagrosamente passaram a alcançar os votos necessários para sua classificação nos últimos instantes de sua apresentação. Será que o santo que fez esse milagre do aplicativo funcionar nos últimos segundos foi o mesmo que levou a dupla Clara e Vanessa à final do BBB 14, eliminando Marcelo e Slim, mesmo com todas as pesquisas indicando o contrário?

Um usuário do Facebook, que afirma ter baixado o aplicativo, relatou na internet sua surpresa e indignação ao perceber que sua imagem apareceu no programa como tendo votado em uma banda de pagode. "Eu não curto pagode. Eles não tiveram número suficiente de gente instalando o app [ou conseguindo utilizar] e usaram aleatoriamente a imagem de quem instalou. Percebe-se o quão séria e real é essa votação, pois foi 'computado' voto que não existiu", constatou o telespectador.

E um outro problema foi verificado na Bahia. Em Salvador, a transmissão teve atraso de sete minutos, o que compromete a interatividade do projeto. Ou seja, os baianos, segundo as más línguas, já são naturalmente mais devagar que a maioria dos outros brasileiros. Com delay de sete minutos, aí que fica impossível deles votarem mesmo. A única esperança agora é que a santa e jurada Ivete interceda por eles.

Apesar da utilização de algum senso de humor no conteúdo do texto, finalizo com uma sugestão séria, justa e óbvia, diante dos fatos relatados: as bandas eliminadas na primeira noite do "Superfail", ou melhor, do "Superstar", deveriam voltar para uma nova chance. Se o aplicativo, é claro, passar a funcionar.

Eu só voto em bandas rock n' roll!



Bryan Ferreira é jornalista, auditor musical e administrador do Top Music Brasil.


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